O vídeo divulgado pelo apresentador Ratinho está sendo
questionado por suposta prática de homofobia. Embora não seja defensor, nem simpatizante do estilo dele, creio que a acusação não procede.
A homofobia é qualquer forma de expressão em que o autor
demonstra clara aversão ao outro ou a um grupo, simplesmente por conta de uma
condição prévia de personalidade, situação ou dimensão pessoal, no caso, a
homossexualidade.
Há visível manifestação de ódio somente em face da “pré-concepção”
em não se aceitar absolutamente a referida condição, rechaçando-a
incondicionalmente, sem qualquer espaço para reflexão ou para tolerância.
No caso do vídeo do Ratinho, embora jocoso (como é a própria
personalidade pública do apresentador, inclusive em seu programa), não há ali
essa manifestação de ódio contra homossexuais, nem individualmente contra
alguém (por exemplo, o personagem tal ou o ator tal) e nem contra um grupo
específico.
O apresentador Ratinho no vídeo |
Há tão somente uma forma de expressão, que, repita-se, segue
o estilo do apresentador, em fazer um comentário sobre o número elevado (para
ele) de personagens homossexuais num momento em que supostamente (também para
ele) não os haveria.
O final de sua expressão demonstra não haver nenhum ódio,
quando ele deixa como pergunta “naquele tempo não havia tanto homossexual, ou
será que havia?”
Com isso, ele mesmo desconstrói sua suposta certeza anterior
e completa sua forma peculiar de ser humorista, que agrada a certo público,
cujo gosto não cabe questionar.
Porém, certamente nenhuma conduta homofóbica há nisso.
Outrossim, é a representação ter partido da Defensoria
Pública, órgão institucional, que tem função determinada, a qual não consegue
cumprir plenamente, por falta de pessoal e que pretende agir, numa democracia,
com desvio de função, o que – isto sim – é inaceitável.
Veja abaixo o vídeo do apresentador Ratinho, postado no Instagram em 03.01.2017.
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