Naquela manhã, do dia 25 de janeiro de 1554, em que se havia
terminado a construção de um barracão no qual se instalaria o Real Colégio de
Piratininga, os doze padres jesuítas que o idealizaram e nele trabalharam,
celebram uma missa, presidida pelo futuro diretor. Este gesto dá origem à
cidade de São Paulo. O nome escolhido fora uma homenagem à mesma data em que o
apóstolo Paulo se convertera ao cristianismo.
Originária desta forte tradição cristã-católica, hoje São
Paulo abriga credos, raças e corações dotados da mais plena diversidade.
Prismas, matizes, espectros, cores, ideias e sentimentos se fundem e misturam
dialeticamente neste atual centro cosmopolita da maior importância.
Na data de hoje, a cidade celebra seus 466 anos! Quem nela
reside não a consegue abandonar. Conhecendo-a ou não, o residente sente-se um
preso livremente voluntário. Não há um motivo único para isso. A força econômica
de um município que possui o 10º maior PIB do mundo, conforme disse uma
pesquisa de 2009; as oportunidades de trabalho e desenvolvimento pessoal; a
plenitude da vida cultural, com museus, parques e monumentos, a agitação da vida
noturna, quase ininterrupta que chega a confundir-se com o dia; a riqueza do
espaço gastronômico de origem praticamente universal; o ativismo de movimentos
políticos diversificados; a loucura produzida pela contradição do cinza do
asfalto com o colorido dos carros. O choque cotidiano de pessoas que se vendo
não se veem. O isolar do ritmo e o aconchego de breves contatos ou sólidas
amizades que seguem o movimento impetuoso da metrópole.
Nada explica ao certo. Mas São Paulo vive, pulsa e grita com
a força de seus cidadãos e habitantes. E estes vivem dela... e, certamente, por
ela.
Parabéns a seus 466 anos, São Paulo!
(publicado originariamente no blog Palavras Transgredidas. Para ler, clique aqui)
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