Por Dentro da Lei

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25 de março de 2014

Irmã Cristina no The Voice Itália: uma lição de cidadania!


A freira Cristina Scuccia deu uma lição de cidadania no último dia 19, na edição italiana do The Voice. 

Primeiro, ao quebrar padrões da chamada normalidade, pois ninguém esperava ver uma freira neste tipo de programa e, ainda por cima, cantando um hit de Alicia Keys, No One, música que nada tem a ver com nenhum tipo de liturgia.

Depois, pelos motivos que a levaram: "recebi um dom e o vos ofereço", disse a jovem freira, quando perguntada por Raffaella Carrà porque teria ido ao programa. E, quando esta ainda lhe perguntou o que o Papa Francisco acharia disso, a Irmã Cristina respondeu que "aguardava um telefonema" dele, mas acreditava que ele a incentivaria, porque, "ele sempre nos convida a sair, evangelizar, pois Deus não tolhe ninguém, mas se oferece a todos no mundo; por isso, estou aqui".

Por que a reflexão sobre cidadania? Porque o exercício da cidadania é exatamente o de conviver, dividir com o outro aquilo que nos é dado pela nossa vivência, não propriamente em termos materiais, mas na perspectiva daquilo que é experienciado sinceramente.

Algumas pessoas oferecem o que não têm. Ou, por "dever" de caridade, acreditando numa auto absolvição da culpa pela entrega do bem material. Ou, por vaidade, entregando o que não possui para parecer que tem algo a oferecer e com isso colher os louros da dádiva. Ou, por orgulho, sentindo-se superior com o ato da entrega, por assumir a posição de "ter algo a entregar" e, portanto, colocando-se acima do outro.

A Irmã Cristina ofereceu sua voz e seu ritmo na expressão de uma música que falou a todos. E tocou tão profundamente que foi calorosamente aplaudida, todos os jurados se surpreenderam e J-Ax, o escolhido, chegou à comoção. "Eu sou o diabo e você é a água-benta", disse ele, justificando seu pedido para a freira escolhê-lo. Mas ela tinha um fundamento aleatório, aquele que primeiro virasse a cadeira. E o diabo recebeu a "Acqua Santa".

"Se eu tivesse conhecido você quando ia à missa de pequeno, hoje seria Papa, porque teria continuado a frequentar", completou ele. "Bem, nos conhecemos agora", respondeu ela. Se muitos ouvissem o sincero chamado da cidadania, poderíamos nós ter muitos Papas.


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